Brasil também lidera entre os corredores que adotam a atividade física por motivos de saúde, revela o mais amplo estudo sobre a prática

O desejo de ser saudável move mais o brasileiro do que qualquer outro corredor do mundo. O Brasil lidera o ranking quando o assunto é a preocupação com a saúde e também entre os corredores que acordam mais animados para praticar a atividade física, revela a mais abrangente pesquisa global sobre as motivações dos corredores de rua amadores.
Chamada ‘Por que corremos’, a pesquisa foi realizada pela rede social de atletas Strava, que reúne 55 milhões de pessoas em 195 países — no Brasil, são 6,5 milhões de usuários.
Coordenada pelo pesquisador americano Blair Evans, um estudioso da psicologia do esporte da Escola de Saúde e Desenvolvimento Humano da Penn State University, ela analisou dados de 25 mil corredores em sete países: Brasil, Estados Unidos, Japão, Reino Unido, França, Alemanha e Espanha. No Brasil, foram 1.750 participantes.
Os participantes do estudo têm de 18 a 75 anos, com uma média de idade de 41 anos. Mais corredores homens se dispuseram a participar (74%). A maior parte deles (30%) corre há mais de dez anos.
Mais de 80% dos brasileiros que participaram do estudo disseram ser a saúde o motivo que os levou a correr, seja simplesmente para ficar mais saudável, ter mais energia ou melhorar a aparência. A saúde mental também foi apontada como um fator relevante para a prática esportiva.
Muitos começaram a correr depois de sofrer algum problema de saúde. Vinte e dois por cento dos brasileiros disseram que esse foi o motivo que os iniciou no esporte. O percentual contrasta com o dos EUA, onde só 2% dos corredores alegaram essa motivação.
“A corrida de rua é um fenômeno no Brasil, com um número crescente de provas e participantes. A pesquisa mostra alguns dos motivos disso, como a questão da saúde, muito importante aqui”, diz Rosana Fortes, diretora do Strava no Brasil.
É também o brasileiro o corredor que mais acorda animado para correr (17% contra 8% do resto do mundo).
Na verdade, os corredores brasileiros se destacaram por serem a nacionalidade líder numa série de quesitos, como gostar de planejar o caminho (27% contra 22% da média dos países).
E ninguém aprecia mais do que o corredor brasileiro cruzar a linha de chegada de provas de rua (70%, e a média é 63%). A única coisa que o brasileiro de fato não gosta é subir ladeiras. Só 13% dos corredores brasileiros disseram apreciar subidas — a média é 17%.
Por Ana Lucia Azevedo para O Globo