Cientistas analisaram dados genéticos de mais de cerca de 400 mil pessoas para concluir que velocidade do exercício importa
Pesquisadores da Universidade de Leicester, no Reino Unido, descobriram que o hábito de fazer caminhadas rápidas, com velocidade maior, pode atrasar o envelhecimento do organismo. De acordo com os cientistas, uma vida inteira caminhando pode significar uma “idade biológica” de 16 anos a menos para pessoas de meia idade.
“Nesse estudo, usamos informações do perfil genético das pessoas para mostrar que um passo mais rápido parece levar à uma idade biológica mais jovem quando medimos os telômeros”, diz o cinesiologista Tom Yates, um dos pesquisadores à frente do estudo. Cerca de 400 mil indivíduos tiveram as informações analisadas para o estudo, que foi publicado na revista científica Communications Biology.
Os telômeros são as extremidades dos cromossomos. Eles são partes do DNA repetitivas e não codificantes – sua função é proteger o material genético que os cromossomos transportam.
O comprimento dos telômeros é um dos biomarcadores usados para acompanhar a velocidade de envelhecimento do corpo humano. Outros estudos já relacionaram dormir mal ou ter um emprego muito estressante, por exemplo, ao desgaste desta estrutura cromossômica.
Os dados sobre exercícios físicos foram coletados por questionário e alguns dos participantes usaram relógios inteligentes para documentar a atividade. Os pesquisadores perceberam que a velocidade importa: caminhadas leves não parecem ter o mesmo efeito das rápidas.
A prática de exercícios está ligada à capacidade cardiorrespiratória e ao controle motor, além de ajudar a manter a saúde mental e os níveis de motivação. Para os cientistas, os dados podem ajudar a identificar pessoas com maior risco de doenças crônicas ou envelhecimento não-saudável e otimizar intervenções.
Por Juliana Contaifer para Metrópoles.