Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que a endometriose afeta 176 milhões de mulheres no mundo. Só no Brasil são cerca de 7 milhões de pessoas, ou seja, em torno de 15% da população feminina do país. Porém, essa doença crônica tem como aliada a prática regular de atividade física para redução dos seus sintomas que incluem fortes cólicas no período menstrual, desconforto nas relações sexuais, alterações urinárias ou intestinais e até infertilidade.
O que é endometriose?
A endometriose caracteriza-se pela presença do endométrio, tecido que reveste a parede interna do útero, em outras regiões do corpo. Ou seja, em vez do tecido se limitar a revestir a cavidade uterina e prepará-la para receber um embrião, algumas células saem e vão para outros órgãos, onde continuam agindo como se ainda estivessem no útero.
Segundo o médico Alexandre Pupo, do Hospital Sírio-Libanês, em geral, “os alvos são os ovários, o intestino, a bexiga, as trompas e o peritônio, membrana que protege a parede abdominal”.
Como a atividade física auxilia no tratamento?
O efeito vasodilatador e analgésico que a endorfina proporciona ao ser liberada no organismo quando exercícios aeróbicos são feitos é indiscutivelmente benéfico. Praticar caminhada, corrida, pedalar ou nadar de três a quatro vezes por semana, durante 30 ou 40 minutos auxilia no controle dos sintomas da endometriose.
Isso acontece devido ao resultado que a atividade física proporciona ao corpo humano. O metabolismo acelera, o sistema imunológico fica mais forte e os níveis de estrogênio tendem a ser regulados. É esse o efeito principal dos exercícios físicos para desacelerar ou mesmo inibir o desenvolvimento da endometriose, afinal o estrogênio é o hormônio responsável, entre outras coisas, pelo crescimento do tecido ‘intruso’ (endométrio).
Entretanto, é necessário ressaltar que os exercícios físicos são um complemento ao tratamento medicamentoso ou até cirúrgico. Inclusive, os medicamentos usados no combate à endometriose podem conter hormônios, levando a paciente à retenção de líquidos e aumento do peso. Levando esse fator em consideração, a prática de alguma atividade física também pode ser uma aliada no controle de peso.
Por que os exercícios físicos também ajudam na prevenção da doença?
A ginecologista Rosa Neme, do Centro de Endometriose de São Paulo e do Hospital Samaritano, defende que a atividade física também tem efeito preventivo, além de ajudar na correção postural relacionada às dores pélvicas causadas pela doença.
Um estudo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, realizado com 4062 mulheres, demonstrou que as mulheres que eram ativas desde jovens tinham menos tendência para desenvolver a endometriose.
Consulte seu médico
Antes de se exercitar, é importante procurar um(a) médico(a) ginecologista para que sejam feitas as avaliações necessárias para a recomendação de qual modalidade esportiva é ideal para cada pessoa no tratamento de redução e prevenção da endometriose.
