‘Caminhadas nos tornam mais felizes e inteligentes’, diz neurocientista

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Isabela Tadini é aluna de caminhada e corrida da Benevita

Quando está caminhando, o neurocientista irlandês Shane O’Mara não permite que nenhum obstáculo atrapalhe seu ritmo ou interrompa seus passos, ao ponto de muitas vezes atravessar ruas movimentadas entre os carros sem esperar pelo sinal verde para pedestres. “Um dos grandes horrores da vida é ter de esperar por permissão para atravessar a rua quando se está caminhando”, ele diz, para explicar que “a experiência da sincronicidade quando caminhando com alguém é um dos nossos maiores prazeres”.

O’Mara não é somente um inconformado: conforme revela matéria do The Guardian, para ele todos nós deveríamos abandonar as academias de ginástica, comprar um bom tênis e sair para andar como o melhor exercício possível – não só pra nossa saúde corporal, mas principalmente para nossa saúde mental.

A sugestão do neurocientista não é uma mera opinião, mas sim uma conclusão baseada em dados, pesquisa e informações: caminhar nos faz mais saudável, mais feliz e mais inteligentes. “É um superpoder”, resume O’Mara. Seu livro “In Praise of Walking” (“Em louvor à caminhada”, em tradução livre) explica que nosso cérebro evoluiu para funcionar em movimento, e que toda nossa fisiologia funciona melhor de tal forma: “Nosso sistema sensorial funciona em sua máxima potência quando estamos nos movendo pelo mundo”. O cientista acredita que caminhadas acompanhadas podem ser uma ótima terapia inclusive para quem sofreu danos cerebrais.

Para quem afirma que caminhar não é um exercício de verdade, O’Mara é taxativo: “Trata-se de um erro terrível”, ele diz. “O que precisamos, de fato, é ser muito mais ativos de modo geral durante o dia do que somos normalmente”, indo além de uma mera hora de atividades intensas numa academia. “O que descobrimos por pesquisas é que quem fica na academia intensamente torna-se muito menos ativo depois. “Enquanto se caminha, seu cérebro está trabalhando para você não cair, não morrer, e você continua a respirar, seu coração está bombeando, você está colocando um pé depois do outro, conversando, trocando informações”, ele diz, lembrando ainda sobre olhar a cidade, admirar paisagens, descobrir novidades.

“Tudo isso acontece ao mesmo tempo. Robôs não conseguem fazer isso. Fazer um robô atravessar uma rua é muito difícil. A evolução está resolvendo esse tipo de problema bilhões de vezes por hora pelos últimos 400 milhões de anos”. Em homenagem à nossa evolução, então, o melhor a fazer é mesmo meter o pé na estrada – e partir para uma caminhada.

Por Vitor Paiva para Hypeness

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