Exercícios físicos protegem contra o sentimento de raiva

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Modalidade aeróbicas como caminhada, corrida, ciclismo e natação são as mais indicadas para controle de sentimentos negativos

No dia a dia muita coisa deixa a gente estressado, com raiva. Mas quem faz atividade física, tende a ter mais controle nessas situações e isso é descoberta científica. O profissional de Educação Física, Thalles Costa fez mestrado na Faculdade de Educação Física e Dança da Universidade Federal de Goiás (FEFD-UFG) e seu trabalho analisou se o nível de atividade física está relacionado com os níveis de raiva em pacientes. Com voluntários da comunidade da FEFD, foram apresentados dois tipos de pacotes de imagem, já validados na literatura científica por serem capazes de gerar sentimentos, estímulos sensoriais. Um pacote é de imagens neutras, que não geram desconforto e o segundo pacote são imagens que podem causar desconforto. Para medir o nível de raiva foram aplicados um questionário antes e depois da apresentação das imagens. O questionário continha afirmações para serem respondidas de acordo com o que ela sentia no momento. De acordo com essas perguntas era definido um score de raiva naquele momento.

Segundo Thalles, a pesquisa mostrou que o pacote que devia gerar raiva realmente aumentou a raiva das pessoas. No estudo também foi demonstrado que as mulheres foram mais sensíveis. Junto com o questionário foi também apresentado uma tabela que avaliava o nível de atividade física da pessoa, sua intensidade e volume de treino semanal. “Por meio disso analisamos o nível de atividade física da pessoa e correlacionamos a diferença do estado de raiva com esse nível de atividade física. Percebemos que quem tem maior nível de atividade física foi menos influenciado pelo pacote de imagens que provocam raiva”, afirmou o pesquisador. Em relação à ansiedade, no entanto, não houve alteração antes e depois do exercício.

A pesquisa avaliou o condicionamento respiratório da pessoa. Existe uma variável que mede a nossa aptidão cardiorrespiratória (VO2 máximo). Ele pode ser avaliado pelo teste de esteira ou por uma fórmula que utiliza o nível de atividade física, idade, o peso e a altura das pessoas. A pesquisa mostrou que, quanto maior o consumo de oxigênio por meio do exercício físico, menor a predisposição a aumentar a raiva depois de ver as fotos.
O professor Cláudio Lira da FEFD é orientador da pesquisa. Ele explica como o exercício físico pode ajudar a diminuir o nível de raiva: “O exercício causa diversas adaptações em respostas sobre os diferentes sistemas fisiológicos, dentre eles, o sistema nervoso. Já foi demonstrado pela literatura que o exercício físico regular melhora as funções neurofisiológicas, por exemplo, causando o aumento da produção de cortisol, da produção de endorfinas e tudo isso em conjunto leva a diminuição de quadros de ansiedade, depressão e raiva”.

Na pesquisa foram utilizadas imagens. Os resultados sugerem, no entanto, que os exercícios físicos são uma medida protetora para situações estressantes. Na prática essa proteção permite que a pessoa tenha respostas menos dolorosas ao estímulo estressante, ou seja, numa intensidade adequada para aquela situação: “Numa briga de trânsito por exemplo, há comportamentos inadequados com relação a intensidade. É normal sentir raiva ou sentimentos desagradáveis, o que não deve ocorrer são comportamentos inadequados em sua intensidade. O estudo mostra que o exercício físico protege contra tais estímulos e que pessoas com maior VO2 máximo possuem um desencadeamento de raiva menor.”

E existem exercícios melhores para isso. Segundo o professor, de acordo com os resultados pessoas com maior consumo máximo de oxigênio tem proteção maior. E as atividades físicas que mais consomem oxigênio são as aeróbias, como correr, caminhar, nadar e pedalar. Isso não quer dizer que treinamentos de força não podem ser utilizados. Segundo Cláudio, a literatura mostra que a musculação também tem uma capacidade de aumentar o consumo máximo de oxigênio, embora em uma magnitude menor: “As sociedades científicas preconizam exercícios em intensidade moderada pelo menos cinco vezes por semana ou pelo menos 75 minutos semanais, mas com uma intensidade mais alta e realizado no mínimo 3 vezes por semana. E, no Brasil, supervisionado preferencialmente por um profissional de Educação Física”.

Fonte: Universidade Federal de Goiás – UFG

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